sábado, 5 de novembro de 2011

Ao Dono com carinho

Dono quando lhe conheci, ou melhor quandos nos reencontramos, me assustei com o ritmo e rumo que as coisas estavam acontecendo, do deslumbramento a euforia, comecei a curtir a cada dia nossas conversas, as trocas de informação, os ensinamentos, a sentir confiança, mas principalmente me encatava o respeito, carinho, paciência, postura com que me presenteava a cada reencontro, não sei em que momento já me via e fantasiava estar aos seus pés, viver as fantasias que trocavamos, os desejos, vontades e uma nova oportunidade se fez tão presente, um caminho cheio de novas possibilidades, servir a quem merecesse minha servidão.
Hoje tenho maior orgulho em lhe pertencer, cresci como mulher, submissa, me sinto segura, protegida, cuidada.
E sou assim por escolha própria, porque quero e desejo,porque hoje lhe servir é meu maior prazer.
Beijos submissos aos seus pés

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Felicitá


Felicitá

Se todos os astros do mundo num certo momento caíssem no chão
toda uma série de estrelas, de poeira descarregada dos céus
mas os céus sem os teus olhos já não brilharão.
Se todos os homens do mundo levantassem a cabeça e saíssem voando, sem explicação
sem a sua bagunça, seu doloroso barulho não pulsaria a terra, pobre coração.
Me falta sempre um elástico pra segurar as calças de modo que
as calças no momento mais belo me caem no chão.
Como um sonho acabado, talvez um sonho importante um amigo traído,
eu também já fui traído, mas isso é outra canção.
No escuro do céu, cabeças brancas peladas as nossas palavras se movem cansadas,
balbuciamos em vão Mas eu tenho gana de falar, de ficar escutando.
Fazer papel de bobo, seguir fazendo tudo o que me der na telha, ou não
Ah! felicidade Em que vagão de trem noturno viajarás?
Eu sei que passarás
Mas como estás com pressa não paras jamais
Seria o caso de nadar, sem esquentar a cabeça deixar-se levar pra dentro de dois olhos grandes azuis ou não
E no afã de libertá-los atravessar um mar medieval, enfrentar um dragão estrábico
mas dragões, oh, baby, já não existirão
Talvez por isso os sonhos são assim pálidos, brancos e exaustos se rebatem através das antenas de televisão e voltam pra nossas casas
trazidos por senhores elegantes latrinas falantes, todo mundo aplaudindo,
não querendo mais não
Porém se este mundo é mera cartolina então pra sermos felizes,
bastaria um nada; bastaria um fio de música, quiçá
Ou não seria o caso de tentar fechar os olhos?


Chico Buarque